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The stories of Jewish Holocaust survivors are all the same and at the same time all unique and thrilling. This is the story of two World War II Polish Jew survivors, Michal Kilsztajn from Bendin and Chana Libman from Mezritsh. Michal spent the War in Lager, Nazi German Forced Labor and Concentration Camps; and Chana was deported with her mother and siblings to Siberia. Among the statistics that hide personal tragedies, almost all the large families of Michal and Chana, which were living in Poland for centuries, were exterminated during World War II. Besides my parents’ memories I carry with me, I immersed in the vast literature of the Holocaust and had also the opportunity and joy, through my research, to find unknown but quite close relatives scattered to the four corners of the World. The active participation of many relatives, unknown until then, was yet decisive for the reconstruction of the family history’s puzzle. In this sense, these memories were collectively produced by several family members. One information here, another there, and, suddenly, everything started to come to life (and unfortunately suffering and death). These memories are a tribute to my parents and to the vanished Jewish World from Central and Eastern Europe. They collect documents, photographs and stories of private and family interest; and were written with continuous back and forth among the memories of the survivors and their direct descendants; and between these memories and the documents found in Civil Records, museums and other institutions for the preservation of the memory of the Holocaust.

This book brings the suffering and sober account of the itinerary of a very particular category of Jews. Survivors of the Nazi extermination in Europe, they arrived in Israel, lived there – some, like Samuel Kilsztajn, the author of this book, were born in the Promised Land –, did not adapt and re-emigrated to Europe, as a platform to reach the American continent, the New World. In Returnees, Samuel Kilsztajn creates a dynamic of coming and going between the characters and the structures in the midst of which they move, and from there arises, helped by the clarity of the writing, a story that holds, moves and makes you think about the stones that people find along the way. In such an unusual and cruel way. And the words that describe this painful tour around the vast world are not measured by a supposed politeness: they are spoken with all the letters. Scream. After seven decades, the drama of refugees is becoming increasingly present on all continents. You have to clamour out for them. Cristina Konder and Mauro Malin

The essays that make up Yiddish bring together the homely flavor of family stories, the reminiscences of a childhood in a neighborhood where Yiddish was in the conversations of immigrants, old and recent, in business, in the newspapers, even in the chair of the Portuguese immigrant barber. The informality of the language, which for Shmulik was literally mameloshn (mother tongue), only became an object of his study much later, even though the memory and his search for the first childhood book and the short story Dos yingele mitn ringele (The little boy with the little ring), with which he shows an enormous identification, has accompanied his trajectory. Added to these affectionate stories was the verve of a researcher, bringing to his texts the varied readings of scholars who studied the history of Yiddish and the life of Ashkenazi Jews. With a voluminous press, its rich literature, theatrical and musical production, if the rise and fall of modern secular Yiddish literature lasted a hundred and fifty years, as Shmulik argues in his text, the historical universe and the political context of this production are much broader. And he makes a point of presenting us this intricate story, full of things that comes and goes on the borders and in the ruling empires. Much of the book is devoted to sharing some aspects of readings from some of the leading authors of the Yiddish language. Here, Shmulik offers us inspirations from his literary interpretations, an invitation to get even closer to these big names in literature. In this course, Sholem Aleichem and I. L. Peretz, classics, and Isaac Bashevis Singer, Nobel Prize in Literature, authors with guaranteed place, are present. Added to them are lesser known figures, despite their wide production, such as Dovid Bergelson, Chaim Grade and the huge Avrom Sutzkever; literary pearls like the works of Bella Chagall; and short stories by Chaim Rapoport, one of the many authors who wrote in Yiddish in Brazil. In this erratic journey of reflection on authors who wrote in different locations, Shmulik offers us an instigating synthesis of his own journey, part of which was collectively trodden in the monthly meetings of the Yiddishe Trupe. In sinuous paths, but paved with riches, at a time when awareness of the political value of the cultural heritage bequeathed by the Yiddish has expanded. This is the scene in which this book is inserted. It’s worth to get lost behind the little ring, through the little stones that Shmulik left in sight on the way. Lilian Starobinas

As histórias dos judeus sobreviventes da Segunda Guerra Mundial são todas iguais e ao mesmo tempo todas únicas e arrebatadoras. Esta é a história de dois judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, Mihal Kilsztajn de Bendin e Hanna Libman de Mezritsh. Mihal passou a Guerra nos Lager, Campos de Trabalho Forçado e de Concentração da Alemanha Nazista; e Hanna foi deportada com sua mãe e irmãos para a Sibéria. Entre as estatísticas que encobrem tragédias pessoais, quase toda a numerosa família de Mihal e Hanna, que vivia na Polônia há séculos, foi exterminada durante a Segunda Guerra Mundial. Além dos relatos pessoais de meus pais que eu havia guardado em minha memória, mergulhei na vasta literatura do Holocausto e tive também a oportunidade e a alegria de, através de pesquisas documentais, encontrar parentes desconhecidos, mas relativamente próximos, espalhados pelos quatro cantos do Mundo. A participação ativa de muitos parentes até então desconhecidos foi mesmo decisiva para a reconstrução do quebra-cabeça da história da família. Nesse sentido, esta é uma história produzida coletivamente pelos muitos membros da família. Uma informação aqui, outra acolá e, de repente, tudo começou a ter vida (e desafortunadamente sofrimento e morte). Estas memórias constituem um tributo aos meus pais e ao desaparecido mundo judeu do Centro e Leste Europeu. Reúnem documentos, fotos e histórias de interesse particular e familiar; e foram escritas com contínuas idas e vindas entre as memórias dos sobreviventes e seus descendentes diretos; e entre estas memórias e os documentos encontrados em cartórios, museus e outras instituições voltadas para a preservação da memória do Holocausto.

Muito mais do que um livro de memórias, 1968, com os sonhos e pesadelos de Samuel Kilsztajn, é um verdadeiro passeio educativo. Com o coração e um apurado senso analítico, Samuel nos leva a percorrer os dolorosos “anos de chumbo” do Brasil no pós golpe militar de 1964, a partir de 1968. Vivenciamos todo um processo de formação acadêmica, a estruturação da carreira de um professor e as entranhas da carreira universitária. Outra marca presente no relato é a audácia, o reconhecimento da fragilidade do humano como força e ponto de partida necessário para a defesa da vida. Nesse sentido, a leitura é também uma experiência de aprendizagem para o leitor. Somos convidados a, juntos com o autor, “rodar o mundo” e “sem parar”, reconhecendo, como diria Paulo Freire, a importância de esperançar. E é isso que se destaca em Samuel e em seu 1968, sonhos e pesadelos. Samuel é um educador de tempo integral e seu livro para todas as idades e todas as pessoas. Para nossa sorte, esse livro de educação para a vida relata fatos e acontecimentos de alguém que vivenciou intensamente anos importantíssimos da nossa história. Ausonia Favorido Donato

Em 1972 eu estava trabalhando no Banco Francês e Brasileiro e recebia várias revistas francesas. Folheando uma delas, me deparei com a foto intitulada Partir c’est garder son équilibre. Emoldurei a foto e, desde então, ela me acompanha em minhas jornadas pelas estrelas. Durante minha primeira volta ao mundo na Era Pandêmica, Rodando o mundo em palavras, percorri o Peru, Colômbia, Marrocos, Egito, Turquia, Grécia, Itália, Portugal, França, Alemanha, Polônia, Rússia, Nova York, Shang Hai, Bahia, Bom Retiro e Júpiter. Essa segunda viagem é, de alguma forma, mais íntima que a primeira.

Costumaz viajante, tinha acabado de voltar de Bogotá em janeiro do Ano I da Era Pandêmica, mas as passagens já emitidas para a Grécia em março, e para a Ethiópia em julho de 2020, tiveram os voos cancelados. Mesmo assim, fui para o Egito e para Moscow, na privilegiada companhia de Eça de Queiroz e de Tolstoy. Minha edição do Eça é de 1922, onde Egito é Egypto e física é physica, o que acaba por constituir uma viagem no espaço e no tempo, em muitos aspectos. Meu exemplar de O Egypto foi lido antes por centenas de traças e está todo carcomido, bordado, muito bonito! Tenho um livro do Eça com as páginas gotejadas de parafina, certamente porque alguém o leu à luz de velas. Repassando aventuras anteriores à Era Pandêmica, resolvi viajar, tal qual um camelo ruminante e comecei a encher a caixa do correio eletrônico dos meus amigos com minhas viagens de férias. Numa troca de e-mails durante a pandemia, Suzana Salama escreveu, “... já que estamos rodando o mundo em palavras...” Então, os créditos do título são para ela.

Escrever sobre as desventuras do comunismo pode ser doloroso para alguns companheiros, mas para mim é libertador. Apesar de Engels, o socialismo continua mais utópico do que antes, mais utópico do que nunca. Mas, de acordo com George Orwell, é preferível viver entre sonhos e esperança do que viver entre a apatia, o cinismo e a mesquinharia. O relatório secreto do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética em 1956, denunciando os crimes de Stalin, segue na íntegra, para que o leitor possa conferir o teor bombástico ao mesmo tempo que maçante e burocrático do pronunciamento de Khrushchov.

Este livro traz o relato sofrido e sóbrio do itinerário de uma categoria particularíssima de judeus. Sobreviventes do extermínio nazista na Europa, eles chegaram a Israel, lá viveram – alguns, como Samuel Kilsztajn, o autor deste trabalho, nasceram na Terra Prometida –, não se adaptaram e reemigraram para a Europa, como plataforma para chegar ao continente americano, o Novo Mundo. Em Returnees, Samuel Kilsztajn cria uma dinâmica de ir e vir entre as personagens e as estruturas em meio às quais elas se movimentam, e daí nasce, ajudada pela clareza da escrita, uma história que prende, emociona e faz pensar nas pedras que as pessoas encontram pelo caminho. De modo tantas vezes inusitado e cruel. E as palavras que descrevem esse penoso giro pelo vasto mundo não são medidas por uma suposta polidez: são ditas com todas as letras. Gritam. Passadas sete décadas, o drama dos refugiados torna-se a cada dia mais presente em todos os continentes. Há que bradar por eles. Cristina Konder e Mauro Malin

A Era da Distopia reúne artigos originalmente postados em A Terra é Redonda entre julho de 2023 e janeiro de 2024. Além do artigo título, o livro apresenta três artigos sobre a questão palestina/sionismo, três sobre a questão indígena, três sobre pesquisas realizadas pelo Laboratório de Economia Social – LES e dois sobre militância política.