Conexões sociotécnicas: comunicação e subjetividades nas lógicas do consumo
Este livro é resultado do trabalho do Conex.lab, um grupo de pesquisa que privilegia o potencial afetivo da Comunicação como elemento primordial de vinculação social. A publicação aborda transformações em andamento na cultura comunicacional e de consumo que têm como pano de fundo a midiatização e, de modo mais específico, os processos de datificação, algoritmização e plataformização dos ambientes online, imbricados com mecanismos e fluxos regidos por diferentes níveis e formas de operação de IA e afins. O primeiro capítulo, de fundamento mais conceitual, traz uma reflexão sobre a noção de subjetividade e seus desdobramentos no contemporâneo. No capítulo 2, as autoras examinam a constituição da presença midiática como imperativo para o sucesso profissional no LinkedIn. No capítulo seguinte, são apresentadas considerações sobre a precarização das condições laborais no capitalismo de plataformas, a partir do relato de um motorista somali. No capítulo 4, discute-se a relação entre humanos e não humanos tematizada no filme Ela (Her, Spike Jonze, 2013). O capítulo trata da estreita convivência com os personagens virtuais que hoje circulam também nas passarelas midiáticas da indústria da moda. O capítulo 6 examina a exploração capitalista do espaço, analisando suas motivações estratégicas a partir de uma abordagem comunicacional. No capítulo 7, são discutidas as transformações na indústria da música com a disseminação do streaming musical e suas lógicas algorítmicas. O capítulo seguinte aborda a utilização de estratégias midiáticas por parte da indústria de entretenimento envolvendo o consumidor-fã. No capítulo 9, nos voltamos para a gamificação nas práticas de consumo promovidas pela plataforma de fast fashion Shein. Anunciada no capítulo anterior, a questão de gênero é trabalhada a partir de diferentes enfoques nos capítulos que se seguem: atuante no universo da moda, por meio da espinhosa questão da gordofobia no consolidado ideário da “mulher de sucesso”; e no capítulo seguinte, com uma atualíssima discussão sobre os feminismos na cultura digital. No capítulo 12, seguimos tratando dessa temática, porém com uma interessante inflexão para o chamado heteropessimismo. No capítulo 13, esquadrinhamos a tênue presença de mulheres mais velhas em cargos de alta gestão nas empresas agraciadas com o selo de diversidade na Bolsa de Valores de São Paulo. Iniciada no capítulo descrito acima, a temática do envelhecimento está presente nos três últimos capítulos do nosso livro. No capítulo 14, tratamos do consumo de mídias digitais por pessoas idosas no Brasil, seguido pelo direito cidadão de envelhecer com dignidade nas cidades brasileiras. No capítulo final, é apresentado o resultado parcial do projeto de pesquisa sobre as relações intergeracionais, focalizando diferentes narrativas midiáticas em que figuram avós pouco convencionais.