Escravidão e maternidade no mundo atlântico
Combinadas no espaço de cada corpo feminino escravizado e sua trajetória, projetando-se como realidade ampla e partilhada por mulheres cativas e libertas em diferentes tempos e lugares, formas diversas de expropriação, violação e agência espelharam um universo multíplice de imbricações entre escravidão, maternidade, marcadores sociais e raciais, relações e representações de gênero. O livro mergulha neste quadro complexo por meio de onze estudos com especificidades e circularidades dos desafios da maternidade escrava e sua relação com corpo, saúde, trabalho, família e emancipação entre Brasil, Cuba, Caribe inglês e francês e Argentina. Organizado por Karoline Carula e Marília Ariza e dividido em três partes, o livro começa com "Maternidade, corpo e saúde", na qual a atenção se volta às dimensões mais encarnadas e imediatas da maternidade sob a escravidão, considerando suas implicações à saúde de mulheres e crianças e às intervenções sobre o corpo feminino escravizado. A segunda parte, "Maternidade e trabalho", tem como eixo analítico o entrelaçamento dos mundos do trabalho e a maternidade de mulheres escravas, libertas e livres. Finalizando, "Maternidade, família e liberdade" volta-se às intersecções entre maternidade, políticas natalistas, políticas de administração da escravidão e disputas em torno da emancipação em diferentes sociedades atlânticas.