NAS TEIAS DA EDUCAÇÃO ELITIZADA, OS FIOS DE INCLUSÃO SOCIAL PARA AS PESSOAS POBRES:

As Ciências da Religião aparecem, de maneira interdisciplinar, principalmente neste século, dialogando com as Ciências Sociais, dando maior abrangência às questões sociopolíticas, educacionais e religiosas vivenciadas pela sociedade e pela Igreja. Nesse propósito, será necessário manter um diálogo entre a Sociologia, a Teologia, a História da Educação e da Igreja Católica no Brasil.

No decorrer da História do Brasil, há registros de que várias congregações religiosas masculinas e femininas atuaram no campo educacional, mas foram os jesuítas que contabilizaram 210 anos de educação católica no país. No entanto, a presença dos religiosos e, consequentemente, da Igreja não foram suficientes para que a História tomasse novos rumos.

O que se presenciou por vários séculos foi o povo sendo dominado pela força do poder dos senhores de engenho, dos coronéis, dos empresários, dos políticos, mudando apenas as nomenclaturas e o espaço de tempo em que estavam acontecendo. Assim, a sociedade brasileira foi alicerçada em um patamar de desigualdades, onde negros e índios não eram considerados gente e, assim sendo, eram negociados em feiras livres, mal tratados e até mortos sem direito a qualquer tipo de justiça. Não muito diferente a condição da mulher, que era de submissão na família, na sociedade e na Igreja, período em que suas ações ainda acontecem sem muita visibilidade.

Neste contexto, as congregações religiosas femininas foram responsáveis pela educação destinada às jovens, em virtude da rigidez da Igreja, visto que a maior   preocupação era promover a salvação humana. Assim, ficava em segundo plano proporcionar a elas ensinamentos que ajudassem a formação de mulheres críticas, conscientes da realidade e preparadas para o mercado de trabalho e o enfrentamento das situações vigentes.