Baseado numa extensa pesquisa que tem por objetivo demonstrar que as almas dos chamados mortos manifestam-se desde há muito tempo, e o registro disso pode-se encontrar na literatura católica. A diferença está apenas na nomenclatura, pois o que nesse meio chamam de almas do purgatório, os adeptos do espiritismo denominam de Espíritos. O trabalho apresenta, além de fiéis católicos envolvidos com as manifestações ou que acreditam nelas, também vários padres que, diga-se de passagem, não foram condenados pela igreja por conta disso. Dentre eles temos o Pe. François Brune e o caso do italiano Dr. Lino Sardos Albertini, autor do livro "O Além Existe", no qual ele conta as manifestações do seu filho André, de 26 anos, que morreu tragicamente assassinado por ladrões.
Com a presente obra, Paulo Neto atinge simultaneamente dois alvos, pois tantos os espíritas quantos os católicos desconhecem acerca das comunicações mediúnicas na Igreja. Esta até estremece quando se menciona que a Bíblia é repleta de fenômenos mediúnicos, como se isso denegrisse a pureza de sua fé.
Mas contra fatos não há argumentos, e é essa a argamassa que Paulo utilizou para tecer sua pesquisa e sedimentar suas conclusões.
Conta-nos, por exemplo, que os católicos se agarram a algumas passagens bíblicas para legitimar sua aversão às comunicações com os seres que já se foram. Atestam que tal proibição está no Livro Sagrado, uma obra inspirada, ou revelada por Deus.
Inspirada?
Será que o que consta na Bíblia foi realmente fruto de comunicação divina, como querem crer os católicos?
É sabido que ela foi composta (e não escrita) por muitas mãos e durante muitas décadas. Durante muitos e muitos anos, ela não passou de relatos narrados de boca em boca, vindo a ser escrita, pelo menos, mais de um século após da morte de Jesus. Isso é inspiração?