A obra apresenta análises diversas sobre escravidão no Estado e Império do Brasil e escravização e escravidão na África, especialmente Angola e Benguela.
Dividido em três partes – “Governar escravos”; “Alta governação e escravidão, religiosidade e alforria, religião e liberdade”; e “Escravização, diplomacia, guerra e textos” –, o livro mostra, por exemplo, que a palavra governo no Antigo Regime possuía uma acepção ampla, podendo evocar a esfera religiosa (governo das almas) ou doméstica (o governo da casa familiar). No âmbito da coroa, a palavra governo incorporou esse imaginário doméstico, pois era amplamente aceito que a arte de conduzir uma família ou a “República” demandava as mesmas exigências, qualidades e princípios ético e político.
Com histórias sobre aquelas sociedades e seus personagens – quer governadores, bispos, senhores poderosos ou senhores forros que governavam escravos –, esta obra aborda e relaciona sociedades assentadas na maior das desigualdades: a escravidão, aceita e naturalizada em terras do Brasil e de Angola, onde ela resistiu e findou tardiamente.