Topoéticas

By Teresinha Barachini, Camila Stella, Franciane Cardoso, Luciano Souza de Souza, Nilza Colombo, Samantha Karlia, André Barbachan, Bruno Tamboreno, Caroline Veilson, Catiuscia Dotto, Chris, The Red, Elias de Andrade, Giordana Winckler, Henrique Fagundes, Leli Baldissera, Leonardo Najar, Lucas Strey, Maíra Velho, Manoela Furtado, Maxi Rodrigues, Mônica Sofia, Regis Bondan, Thaís Leite, Violeta Sutili, Vivian Herzog

Topoéticas
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O catálogo da exposição virtual TOPOÉTICAS reúne dezenove artistas e cinco teóricos que, durante o primeiro semestre de 2021, propuseram-se a, dentro de uma dimensão sensível, realizar e refletir sobre deslocamentos em espaços transmutáveis em suas cidades (Porto Alegre/RS, Caxias do Sul/RS, Pelotas/RS, Novo Hamburgo/RS, São Francisco de Paula/RS, Bagé/RS, Canoas/RS, Santa Maria/RS, São Paulo/SP, Londrina/PR, Florianópolis/SC, Parintins/AM, Manaus/AM) e, a partir destes lugares, oferecer-nos leituras de territorialidades possíveis ou imaginárias.

Percebo com muita alegria que as pessoas reunidas aqui souberam partilhar coletivamente os seus processos criativos e suas errâncias poéticas advindas do isolamento, dos vazios, dos silêncios, dos reencontros com os lugares, sejam esses urbanos ou mais próximos à natureza.

Se a superfície do nosso planeta é de extrema complexidade, incentivo a pensarmos que depende de nós, mesmo em período pandêmico, no qual os deslocamentos físicos micro e/ou macro estão cerceados por medidas de contenção, acessarmos lugares de possíveis pertencimentos a partir das potencialidades de nossas afetividades como estratégia poética. Neste sentido, percebo na diversidade dos sítios trabalhados pelos artistas as suas heterotopias (Foucault), que tem como parte de suas proposições unir espaços reais e irreais, quando não os transpassar, ao reiterar o lugar do entre.

Ao mesmo tempo, depois dos nossos encontros on-line, percebo que a pandemia abre a possibilidade de compreender o espaço e o lugar em duas prováveis direções (Tuan), uma que aponta para um futuro em que a imagem e a comunicação de alta tecnologia poderão diminuir a importância do espaço e do lugar, e outra, que no futuro irá buscar recapturar a proximidade e a intimidade que existia com os lugares e os espaços antes de sua brusca interrupção advinda pela pandemia. E, que ao final desta, possamos ir ao encontro de novos sítios para poder festejar os afetos coletivamente.


Teresinha Barachini

PPGAV/IA/UFRGS