Bioética e Cuidados Paliativos

By Alexandra Mendes Barreto Arantes, Alexandre Ernesto Silva, Arthur Fernandes da Silva, Bárbara Nardino Giannastásio, Bruno Oliveira, Carla Carvalho, Carla Corradi Perini, Carolina Sarmento Duarte, Cecília Rezende, Cláudia Inhaia, Cristiana Guimarães Paes Savoi, Daniel Dei Santi, Debora Genezini, Déborah David Pereira, Érika Aguiar Lara Pereira, Erika Pallottino, Fernanda Gomes Lopes, Franciane Campos, Glaziela Arruda Coelho, Henrique Gonçalves Ribeiro, Jociane Casellas, Juliene Cristina Ferreira, Letícia Andrade, Lívia Pereira de Assis Machado, Luciana Dadalto, Madalena de Faria Sampaio, Marcia Caetano da Costa, Maria Julia Kovács, Matheus Rodrigues Martins, Maurício de Almeida Pereira da Silva, Mônica Martins Trovo Araújo, Patrícia Barbosa Freire, Paula Barrioso, Priscila Demari Baruffi, Sabrina Ribeiro, Silvana Aquino, Simone Lehwess Mozzilli, Taíssa Barreira, Tatiana Mattos do Amaral, Thalissa Santana Salsa Gomes, Thiago Fernando da Silva, Úrsula Bueno do Prado Guirro, Vanessa Besenski Karam, Vinícius Fabian Basso, Vivianne Nouh Chaia, Yung Gonzaga

Bioética e Cuidados Paliativos
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Bioética não é confortável. Confortável são os costumes e os hábitos. A bioética aponta incoerências e questiona costumes, alguns nos quais antes sequer havíamos percebido que havia um por quê de fazer daquele jeito. Desde os primeiros relatos de Ética de que temos notícias, desde a época de Sócrates (o filósofo, não o jogador, que por sinal, também questionava), estas perguntas têm feito seu papel de trazer novas reflexões, novos debates, novos diálogos, novos consensos e entre trancos e barrancos, a despeito das injustiças e das tragédias, ao longo dos séculos seguimos com uma melhoria discreta e contínua na nossa história como sociedades. Nem sempre com momentos felizes. Vide a história do próprio Sócrates. Mas penso que é assim mesmo, nossa história não é só feita de momentos felizes. E às vezes, são justamente os momentos de desconforto, de tristeza, de injustiça, que nos mostram quem realmente somos. Pelo quê vale a pena lutar, questionar, enfrentar. Quem são as pessoas que queremos ao nosso lado. Isto tem tudo a ver com o momento em que vivemos. Onde questionamentos podem ser mal-vistos e não tolerados. Onde injustiças são comuns, e forçadamente esquecidas ou apagadas. Onde tristezas são abafadas. Por isso precisamos mais do que nunca da Bioética. Por isso precisamos desse livro. Por isso precisamos destas autoras, que com coragem, com integridade, com conhecimento, questionam. Chamam mais vozes para o debate. Propõem. Constroem novos diálogos e buscam novos consensos. Você não precisa concordar com tudo. Mas talvez seja esta busca por coerência, por conhecimento, por justiça que seja a maior potência deste livro. Não é o fim do caminho. É mais um grande passo. Obrigado Luciana e Ursula e todos os autores e autoras. E você, leitora e leitor, seja bem-vinda a esta caminhada. Espero, do fundo do coração, que seja pelo menos um pouco desconfortável. E que seja também inspirador e que estes novos diálogos nos tornem um pouco melhores como um grupo de sapiens habitando este planeta pequenino vagando num cosmos imenso e desconhecido. 29 de setembro de 2023, Daniel Neves Forte. Médico com área de atuação em Medicina Paliativa.
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