Convergindo para uma existência em si irredutível às condições histórico-culturais e aos seus limites, ao ser humano em sua infância enquanto arquétipo refém do sonho e senhor da solidão se impõe o devaneio que envolve o transcendente como telos em uma experiência de “iluminação” cujo caráter dizível, na rememoração enquanto vivência do fenômeno primordial, somente se torna possível nas fronteiras mítico-poéticas e na correspondência dialética envolvendo memória e imaginação em uma construção epistêmico-simbólico-
Implicando o transcendente como telos na autoafirmação que perpassa desde o outrora até o “por-vir”, o devaneio constitui o locus da consciência da liberdade em um movimento de autoexpressão que guarda raízes no fundo da memória e na inata beleza da infância enquanto impulso vital que se sobrepõe ao paradoxo da existência enquanto acontecimento passível de produção volitiva e domínio intelectual, convergindo para a experiência epistêmico-simbólico-
Nesta perspectiva, baseado na noção envolvendo infância potencial em um movimento epistêmico-simbólico-
Implicando a iluminação enquanto instante de existência mítico-poética, Munguengue se sobrepõe ás idealizações das recordações da infância e à relação de causa e efeito do processo, encerrando um núcleo de infância que perdura na alma enquanto fenômeno que escapa às fronteiras da hermenêutica lógico-racional da realidade prático-objetiva e converge para a realidade subjetivo-existencial e o seu caráter vital de um animus indômito em um movimento que dialoga com o tópos autobiográfico e mítico-poético, guardando-se no “entre” que acena com as fronteiras do intra-histórico e intra-lendário.